BANDA BANDIDA

1ª COLOCADA

JOGUE O BARRO NA PAREDE

Composição: Emerson Boy,Abraão Lincoln e Xico Carbó

TANTA CRIA PRA CUIDAR

TANTO BARRO PR’AMASSAR

LÁ EM CASA APERREOU

SEJA LÁ O QUE DEUS QUISER

É NESSE BLOCO QUE EU VOU

JOGUE O BARRO NA PAREDE

SE COLAR, COLOU

DIZ O DITO POPULAR

SE NÃO COLAR

É MALUCO, SIM SENHOR.

JOGARAM O BARRO DE UM GRANDE AMIGO MEU

COLOU UMA PARTE, OUTRA PARTE DESPRENDEU

ELE NÃO RASGA DINHEIRO

MAS JOGA PEDRA NA LUA

E O RESULTADO DISSO TUDO SURPREENDEU

ANDA PELADO PELAS RUAS DA CIDADE

SE PERIGAR

O MALUCO É QUE SOU EU.

2ª COLOCADA

MARCHINHA DA BANDIDA

Composição: Conjunto Os Prateados

EU TÔ QUE TÔ

EU TÔ PRA MIL

VOU ME ESBALDAR

BANDA BANDIDA NÃO PRECISA DE ABADÁ

FAÇO MEU CARNAVAL

INVENTO MINHA FANTASIA

DE ATLETA, DE BICHA OU DE FREIRA

VOU BANDIDAR

RAIAR ATÉ O ZÉ PEREIRA

COM ESCOLA OU SEM ESCOLA

A BANDIDA SE REBOLA

3ª COLOCADA

EU SÓ QUERO UMA FULANA

Composição: Francy Monte

SE DER UMA FUGIDINHA,

VISTA A CAMISINHA

REPITO, MAS NÃO ME LEVE A MAL.

SE DER UMA FUGIDINHA

VISTA A CAMISINHA

BEIJE, AME NUMA BEM LEGAL.

DESSE JEITO VAI… VAI… VAI…VAI…

SER BOM DEMAIS… MAIS… MAIS… MAIS…

BEBEDEIRA SE DIVIDE,

SE UM BEBE, OUTRO DIRIGE,

TUDO FICA EM PAZ.

QUEM TIVE NO CAI… CAI… NÃO CAI…

DIRIGIR JAMAIS, NÃO É CAPAZ!

CARNAVAL É BRINCADEIRA,

É SÓ NÃO MARCAR BOBEIRA,

TUDO FICA EM PAZ.

EU SÓ QUERO UMA FULANA

QUE SEJA BEM BACANA

PRA FICAR COMIGO NESSE CARNAVAL.

EU SÓ QUERO UMA FULANA

SEM CRACK, SEM BAGANA,

PRA FICAR COMIGO NESSE CARNAVAL.

Em entrevista exclusiva concedida ao Acessepiauí, Último Coelho Carmo, um dos organizadores da Banda Bandida, fala da origem da banda, dos anos de sucesso, e se diz preocupado com o que se tornou o carnaval de Teresina. “Muitas pessoas vão passar o carnaval fora, simplesmente, por falta de opção, eu imagino o carnaval aqui como é que vai ser se não tem uma escola de samba, a pessoa não tem pra onde ir à noite. Vai pra uma avenida só pra beber?”

Como surgiu a Banda Bandida?

A nossa intenção era fazer um movimento que os outros bairros pudessem fazer a mesma coisa, a nossa intenção no início não era nem sair às ruas. Foi feito aqui e logo no primeiro dia a banda saiu, então o pessoal que estava aqui foi atrás, quando foi no outro sábado já tinha mais gente, nosso percurso era Campos Sales, Coelho de Resende e voltava pra cá. Tinha muita gente que ficava nas casas, esperava a banda passar. O início foi esse até por falta de opção, de todos os bairros vinha gente, aqui perto passa ônibus, então até isso facilitou. A concentração sempre foi aqui. No início a gente se reunia logo no último sábado do ano, para começar as prévias de carnaval, agora não é mais possível por causa dos custos.

Quantos anos tem a Banda Bandida?

Já são 23 anos. Nesses anos em certo período a gente começou a fazer concurso da “Garota Bandida”. A gente trazia atrações de fora, já veio miss, já veio Pantera do Fantástico.

Qual o melhor momento?

Não há o melhor momento, todos são bons. Mas teve um período que foi marcante, não lembro o ano, mas teve esse ano que a gente teve que parar porque não tinha mais condição, era muita gente. Aqui ao redor era tudo lotado de gente, ninguém tinha mais controle. O pessoal começou a botar barracas, então a gente não tinha mais como controlar, tanto a venda de bebidas e até mesmo segurança, aí a gente parou por uns dois anos porque era muito cheio e a gente não tinha estrutura. Aqui vinha gente de tudo quanto era lugar.

O que acha do carnaval de Teresina e o que pode ser feito para melhorar?

O carnaval aqui quer queira, quer não as escolas de samba têm uma grande participação. Ela leva vantagem até pela cultura daqui ter escola de samba, mas a história das escolas de samba sempre foi aquela mesma de ficar esperando pelo poder público pra fazer alguma coisa. A banda tem 23 anos, a gente era uma ala da Brasa Samba, e a gente passava o ano fazendo evento em prol da escola, era uma coisa tão organizada que sobrava o dinheiro da bebida. É uma coisa que a gente sempre critica as escolas de samba porque a gente não vê um trabalho realizado durante o ano, depois que passa de quarta depois do resultado aí a gente não vê mais falar de escola de samba. A gente via que as pessoas pediam um plano de trabalho que a escola fez pra arrecadar recurso e não tinha. As escolas do Rio em todas elas as baterias trabalham viajando, fazendo shows para arrecadar recursos para a agremiação. Durante todo o ano de 2011 eu vi só um movimento de uma feijoada da Brasa Samba e só. Aqui o carnaval precisa de um impulso, até os clubes que não tem mais festa. O que deve ser feito é uma coisa para pegar mesmo, devem ser trazidas atrações boas, ou seja, tem que investir, trazer uma duas baterias grandes dessas aí para fazer uns bons show aí para arrecadar dinheiro. E a mídia também ajuda muito, tem que ajudar na divulgação.

Por que muita gente procura o carnaval fora de Teresina?

Simplesmente por falta de opção, eu imagino o carnaval aqui como é que vai ser se não tem uma escola de samba, a pessoa não tem pra onde ir à noite, vai pra uma avenida só pra beber. Quem é que vai tocar lá? Até agora eu não sei, e olha que eu estou todo dia dentro de movimento de carnaval e não sei ainda a programação. Para mim o carnaval da Prefeitura se resume ao corso do Zé Pereira, o que para mim vai ser muito bom. Eu não vejo um carnaval aqui em Teresina e depois dessa Teresina vai levar muito tempo para se recuperar nesse quesito. E fora? Estão pegando pesado, estão investindo alto, a mídia está falando toda hora aí as pessoas vão para esses lugares.

Teresina tem uma identidade cultural relacionada ao carnaval?

Eu acho que tem, agora a cultura aqui é voltada para a escola de samba. Você imagina esse pessoal que é acostumado a assistir o carnaval aqui, vai fazer o quê aqui. Se não vai ter escola de samba, não vai ter carnaval e pronto. Mas Teresina tem essa identidade.

Qual o segredo para a Banda ser sucesso por todos esses anos?

Dedicação e organização. Não tem jeito, tem que ser organizado, preparar tudo direitinho, cuidar dos horários, da segurança. E dedicação está relacionada a fazer com vontade, fazer para a galera se divertir, mas sem ultrapassar os limites.